— Tolisses

Coisas do Ulisses Mattos

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Tag "Notícias falsas"

Eis um furo de reportagem que passei como correspondente do Sensacionalista:

Caso Eloá: Lindembergh vai alegar insanidade mental de sua advogada

Mais doideira mesmo é se tocar de que, apenas quatro meses depois, ninguém mais lembra de Eloá, Lindbergh ou advogada com jeito de louca…

 

 

Sou correspondente do Sensacionalista e passo para eles grandes furos que descubro em minhas investigações:

BBB13 TROCARÁ A CASA POR UM EDREDON GIGANTE

Hummm…

Pensando bem, talvez fosse melhor trocar a casa por uma grande barraca.

 

Em 2004, escrevi para o Cocadaboa.com essa notícia falsa:

As novas relações comerciais entre o Brasil e a China trouxeram esperança para muitos. Menos para os cães brasileiros. Entre a comitiva de comerciantes que esteve em maio na China ao lado do presidente Luis Inácio Lula da Silva estava o diretor de uma empresa que presta serviços a prefeituras do interior de São Paulo recolhendo animais das ruas. O objetivo de Gustavo Vanassi, proprietário da DogColect, em território chinês era apresentar aos restaurantes do país uma nova alternativa de abastecimento para um de seus pratos mais tradicionais: a carne canina.

De acordo com a agência de notícias Associated Press, a presença e os planos de Vanassi vinham sendo mantidos em segredo para não ofuscar nem causar um efeito negativo nos tratados comerciais entre China e Brasil. No entanto, quando o governo chinês autorizou, na semana passada, a importação da carne de cães brasileiros, a informação acabou vazando e chegando ao conhecimento de entidades protetoras de animais, que já estão se organizando para frear as negociações. A comoção pelo destino dos cães, que viriam de abrigos municipais do estado de São Paulo, já chegou à esfera do PETA (People for Ethical Treatment of Animals), organização internacional das mais atuantes nos países do primeiro mundo.

- Estamos pasmos. Não imaginávamos que um país tão importante como o Brasil seria capaz de um ato desses. Essa iniciativa abre um perigoso precedente e dá um péssimo exemplo a países de menor porte, que podem começar um verdadeiro processo de chacina, sacrificando milhares de cães. O mundo ocidental não pode lucrar com hábitos alimentares rudimentares de países orientais, que já nos dão preocupações suficientes. – diz a diretora do PETA, Debbie Leahy.

Gustavo Vanassi, diretor da DogColect, com sede na cidade de São Caetano do Sul, não foi encontrado para comentar os protestos do PETA. A empresa, no entanto, emitiu uma nota oficial dizendo que vai operar dentro das normas estabelecidas pelo tratado comercial e que os cães destinados ao abate para consumo chinês não serão mortos antes do prazo legal de sacrifício estipulado pelas prefeituras onde presta serviços.

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Uns cinco anos depois, recebi um email de um amigo que trabalhava em uma ONG de defesa dos animais, criticando o governo por essa decisão. Eu o avisei que era um texto que eu mesmo tinha inventado e ele me contou que a ONG estava já organizando um protesto contra essa medida. Acho que se eu não avisasse a tempo, iriam fazer algum barulho.

Curioso é que, mesmo sabendo que essa história que criei despertaria a revolta das pessoas, eu nunca achei muito errado o procedimento que inventei. Mas não esperava um dia ver essa notícia, publicada recentemente na mídia nacional:

“CARNE DE JEGUE SERÁ EXPORTADA PARA A CHINA”

 

A notícia foi dada sem nenhum alarde e pouca gente se comoveu com o destino dos animais brasileiros, que seriam abatidos especialmente para o consumo chinês. Na minha história, os cães seriam sacrificados de qualquer maneira, sendo oferecidos ou não aos chineses. Mas a comoção em imaginar nossos Totós na barriga dos orientais pareceu maior. Afinal, cães são mais queridos que jegues. Imagina o que aconteceria se oferecessem churrasquinho de gato em um reunião de blogueiros e designers…

Melodias inéditas vão terminar em 15 anos 

Cálculos feitos pelo supercomputador da IBM Deep Blue estimam que dentro de 15 anos não haverá mais combinações possíveis entre as notas musicais para a elaboração de novas melodias. Os complexos cálculos levaram em conta as leis que definem o plágio musical e a frequência com que músicas são lançadas em todo o mundo. O resultado do estudo só deve ser publicado no segundo semestre deste ano, pois matemáticos e engenheiros da IBM querem refazer as equações para diminuir a margem de erro da previsão.

A preocupação sobre o futuro da música já tinha sido motivo de discussão em seminários internacionais de musicistas. Muitos teóricos alertavam a comunidade musical para o esgotamento das combinações, enquanto alguns artistas já vinham comentando sobre a dificuldade de criar novas melodias.