— Tolisses

Coisas do Ulisses Mattos

Taí o último dos três episódios da série que bolei pra Alta Cúpula, com Erik Gustavo manipulando e dando voz ao fantoche Pupo, costurado por Nigel Goodman.

Depois das reações ao primeiro episódio, pensei em parar nesses três, que gravamos de uma só vez. Os motivos estão melhor explicados no post sobre o segundo episódio que foi ao ar. Mas a recepção foi melhor no segundo episódio e eu fiquei mais reticente em cessar a produção. Agora, com o lançamento do terceiro episódio, me surpreendi com os comentários. Foram mais positivos.

Talvez o pessoal que foi contra a série tenha cansado de reclamar. Ou então eles se acostumaram com a ideia de ter mais uma série no canal que não fosse estrelada pelo fenômeno Marcelinho. Ou então que gostava um pouquinho acabou se entusiasmando mais com o tema deste terceiro, que foi sexual. Até achei que tocar em pedofilia poderia dar problemas, mas o pessoal entendeu a piada.

Então, já falei com o Erik que fiquei com vontade de escrever mais uma leva de três ou quatro episódios e ele topou dirigir, editar e animar o boneco (“animar o boneco” parece uma gíria sexual, aliás). Vou fazer umas leves alterações na dinâmica da conversa, seguindo dicas dos parceiros Ronald Rios e Nigel. Vamos ver o resultado.

Pupo parte para mais uma temporada. Quem sabe ele vive o bastante para um dia contracenar com Marcelinho. Eu e Erik decidimos que isso só acontecerá se o boneco amarelo um dia tiver um mínimo de reconhecimento do público. Ainda está longe.

Como o Conar só autoriza anúncios de medicamentos contra a impotência em veículos de comunicação que tenham médicos como público-alvo, o fabricante do Viagra tem que ser criativo. Analisem a imagem abaixo:

Não bastou mostrar um homem desejando e encoxando uma mulher enquanto segura uma esfera azul, que representa a pílula azulzinha da potência. Reparem que colocaram ainda um cavalo garanhão no fundo. Tem mais: um casal de coelhinhos safados na grama. E você não está ouvindo, mas a cena é embalada por um funk carioca cheio de sacanagem.

Saiu o segundo episódio do meu “Verdade Para Quem Precisa”, que faço pela Alta Cúpula, com edição e direção do Erik Gustavo, que também faz a voz do fantoche costurado por Nigel Goodman.

O primeiro vídeo foi bombardeado por uma considerável parcela dos assinantes do canal. A grande maioria gostou, mas é impossível deixar de reparar nos dislikes que o vídeo teve no YouTube (19% de reprovações). Muitos acham que  é porque cerca de 90% dos assinantes lá são fãs ardorosos da série “Marcelinho Lendo Contos Eróticos” e não quer saber de nada diferente disso. Pode ser. Mas as reações  também se devem ao fato de o humor da minha série não ser muito popular. Nem digo que é só para espectadores com mais cultura ou referências. É apenas um tipo de humor diferente, mais sutil, baseado um pouco no absurdo e com um pouco de crítica de costumes.

Curiosamente, este segundo episódio teve uma rejeição menor e defesas mais apaixonadas. Talvez tenha sido pelo número maior de piadas sem críticas embutidas. A gracinha que fiz relacionando raio X e cromossomos parece ter agradado muito. E teve até gente dizendo que não gostou do primeiro, mas que havia curtido este novo.

Como sou amigo do fantoche Marcelinho, o pessoal do Sessão Boteco (com quem já havia gravado dois podcasts) me procurou perguntando se o garoto toparia participar de um papo sobre cinema. Achei que a melhor filme para isso seria a comédia “Ted”, pois fala da relação entre um boneco e seu dono. O pessoal do podcast curtiu a sugestão e Marcelinho também. Só faltava falar com Erik Gustavo, que acabou topando, mesmo sabendo que poderia se emocionar demasiadamente em alguns momentos da produção dirigida por Seth MacFarlane.

O resultado você confere aqui no site do Sessão Boteco. A conversa sobre esse divertidíssima comédia começa aos 30:53, como você pode ver na imagem acima. Antes, falamos de outros filmes ou séries a que assistimos na semana. Eu falei de “Poder Paranormal”, que considero uma bela porcaria.

Se não curte ficar ouvindo no computador, tem como baixar no iTunes e ouvir no mp3 player, clicando aqui.

Diálogo doméstico

– Antes desse filme aí, temos que ver o novo do Batman juntos. Estreou há semanas e você ainda não viu.
– Eu não vou ver o Batman. Eu não gosto do Batman.
– Você não gosta do Batman???!!!! Você tá louca? Como a gente pode estar casado há tanto tempo se você não gosta do Batman?
– Eu já te falei que não gosto do Batman várias vezes. Você finge que não ouve.
– Como você pode não gostar do Batman?
– Ele virou herói por causa de um trauma. Eu não gosto disso.
– Mas e o Peter Parker? Ele também vem de um trauma!
– E quem disse que eu gosto do Homem-Aranha?
– Não gosta do Homem-Aranha? Como a gente pode estar casado há tanto tempo se você não gosta do Homem-Aranha? Você gosta de quem, então?
– Já falei que eu só gosto dos X-Men!
– Por que você gosta deles e não dos outros?
– Porque eles são mutantes! São heróis por causa de mutação. Eu gosto de saber que eu posso ter uma mutação e começar a voar.

Silêncio. Depois ela continua:

– E não gosto do Super-Homem. Aquele ET.
– Eu também não gosto do Super-Homem. Alienígena com poderes inexplicáveis.
– É!

Por isso estamos casados há tanto tempo.

Com a morte da Hebe, uma foto se destacou entre as notícias. Silvio Santos dando o último selinho na apresentadora.

Na mesma hora, relacionei morte e selinho na minha mente um pouco doentia. Lembrei do filme “Sétimo Selo” e mandei no Facebook:

 

“O sétimo selinho”. Bergman filmando Hebe jogando xadrez.

Alguém vai montar essa imagem no Photoshop?

 

Nina Rocha, do blog Torradas Tostadas, logo mandou ver:

 

Desrespeito? Não acho. Se comparado ao humor negro que fazem no Twitter, isso aí é uma brincadeira bem leve. Eu não faria algo mais pesado. Ia com a cara da Hebe.

Este mês foi realizada a primeira edição do Nerd Rio, evento organizado para celebrar quadrinhos, games, cosplays, webcelebridades etc. Quando soube, fiquei com muita vontade de comparecer, mas ainda fiquei com um pé atrás (mais adiante explico por quê). Acabei indo mesmo, mas de uma forma muito muito muito legal: como integrante de um debate entre humoristas sobre super-heróis. Fui chamado para a seção “O Maior Super-Herói de Todos os Tempos”, ao lado de Fernando Caruso, Rafael Studart e Henrique Wikz, onde cada um defenderia um personagem diante das situações propostas pelo mediador, Pablo Peixoto.

Pela reação da plateia durante e depois do evento, o resultado foi muito melhor do que se esperava. O vídeo abaixo registra todo o debate, recheado de piadas sacanas, acusações ultrajantes e defesas absurdas. Eu fiquei com a tarefa de fazer Wolverine vencer. Acompanhem aí o papo para ver quem venceu:

Ah, sim. Por que fiquei com um pé atrás de comparecer ao Nerd Rio? Como minha adolescência foi nos anos 80, nunca tive muita vontade de me assumir como nerd. Agora todo mundo bate no peito pra dizer que é, mas pra mim ainda fica difícil fazer isso. É claro que já fui a alguns eventos de quadrinhos e seriados de TV, que obviamente eram dedicados a uma parcela do público nerd. Mas isso era apenas insinuado, implícito. Agora o “nerd’ vai no nome do evento, não tem como esconder.

Com o convite do organizador, Marcos Castro, ficou mais fácil aparecer. Se alguém me perguntasse lá se eu sou nerd, ia dizer apenas que estava lá pra falar de super-heróis, que são a versão moderna das velhas mitologias. E para fazer piadas, trabalhando como humorista. Daria meu jeito para não me assumir nerd. Aliás, tive que fazer isso diante de uma câmera, em uma ótima reportagem da TV Facha. Vejam, em 1:30, um dos meus depoimentos:

Espero que me chamem para as próximas edições. Só assim curto tudo de dentro do armário nerd.