— Tolisses

Coisas do Ulisses Mattos

Sexo frágil, uma expressão nas coxas

Dizem que a mulher é o “sexo frágil”. Diante de constantes provas de “macheza” de fêmeas em diversas profissões e de cada vez mais homens se entregando a demonstrações de sensibilidade, sou obrigado a crer que a mulher é o sexo frágil apenas no aspecto físico. E é essa fragilidade que me fascina, porque dentro do universo masculino – é triste admitir – também sou considerado frágil, pelo meu porte físico. E ainda assim, mulheres não são páreo para mim em um combate mano a mano. Explicarei.
Desde criança fui vendo as amiguinhas crescerem em todas as direções (pra cima, pra trás e pra frente), enquanto eu parecia continuar com aparência de moleque. Por sorte, escapei de ser menor que a média nacional das mulheres, porque nunca me senti muito bem diante de mulherões. Não sou como o cartunista Robert Crumb, que gosta de mulheres grandes para fazer isso:

Ao contrário, cunhei um lema pessoal que demonstra minhas preferências: “Gosto de mulheres que caibam no meu abraço”. Romântico, mas com boa dose de insegurança de encarar uma mulher cavalona.

Em todo caso, um dia percebi que não precisava temer a força física da mulher. Garantindo que não era um fracote, desafiei uma colega de escola para uma queda de braço. E para a surpresa de todos, venci! Mais cinco mulheres vieram me desafiar, todas cavalonas. Venci todas, mesmo com um braço que parecia muito mais fino! Sei lá como isso acontece, mas achei fascinante. Deve ser a constituição dos músculos masculinos, algo parecido com o que acontece com o Homem-Aranha, que mesmo não sendo uma montanha de músculos pode erguer toneladas.

Opa. Peraí. Para que falar em Homem Aranha? Vamos para um exemplo da vida real: Andy Kaufman. O saudoso humorista chocou a sociedade ao promover lutas em que derrotava mulheres  “mais fortes” que ele:

 

Com tudo isso, eu pude acreditar que me garanto num embate contra o sexo frágil em condições normais, ou seja, conseguiria vencer uma fêmea que não faça uso de anabolizantes ou capriche no fisiculturismo. Mas recentemente, tudo mudou. Um novo tipo de ser feminino surgiu para me meter medo: As mulheres de coxas gigantes, conquistadas com sessões especiais de malhação.

Quando o Brasil começou a produzir artificialmente mulheres de peitos grandes, eu me revoltei através deste texto. Eu reclamava (e ainda reclamo) do atentado contra o estilo da mulher brasileira, que estava passando por uma americanização. Eu me perguntava se depois de aumentar os seios com silicone, as brasileiras fariam cirurgias para tirar a bunda. Mal sabia eu que o próximo passo seria criarem as supercoxas.

Diante da mulher hipercoxeada, eu sinto certo… medo. OK, um pouco de pavor. Quase algo infundado, como uma criança fugindo de um bicho-papão. Eu sei lá. Acho que tenho medo de mutações. Creio que se tivesse que lutar contra uma mulher coxuda, ela me prenderia com as pernas, como uma jibóia. Nem precisaria atacar o pescoço. Se pegasse em meu braço, já cortaria a circulação do meu sangue e eu perderia o membro por gangrena.

E sabe do que mais tenho medo mesmo? Sim, disso que você está pensando. Eu não iria nunca para um intercurso sexual com uma mulher de coxa hiperdesenvolvida, principalmente na posição papai-mamãe. Ela poderia me prender com as pernas e me matar ali mesmo, devorando meu cérebro, como algumas espécies de aranhas fazem com seus machos após a cópula. E eu tenho certeza que a malhação da coxa também deve desenvolver musculaturas adjacentes, em um nível que nem o pompoarismo consegue. Emasculação seria o resultado.

Fica aqui o meu apelo. Mulheres, não façam exercícios especiais para ficarem com a coxa da grossura de um peitoral masculino. E se não ligarem para o meu pedido, faço outro apelo. Por favor, mulheres coxudas, não me desafiem para uma luta. Eu vou fugir, covardemente, como um coxinha.

 

Publicado originalmente em julho de 2001, no blog TPM Semanal

5 comments
  1. CQCM says: 8 de fevereiro de 201223:27

    Lembrei agora quando apanhei de uma menina, era um muleque magrelo estava jogando bola, a mina era uma cavala, nos dois sentidos, gostosa e fazia muita falta (infrações no jogo), ela me deu uma entrada, xinguei ela e virei as costas, ela me puxou me jogou no chão e me chutou,
    fiquei deitado olhando pras coxas dela, antes a única mulher que eu tinha apanhado era minha mãe, mesmo podendo reagir fiquei lá deitado sentindo uma mistura de dor e prazer.
    Vi que tinha mais coisas em comum com o Seu Madruga, além do peso.

    Obs: O nome dela era Sheila, acho que toda Sheila tem coxas grossas.

    • Ulisses Mattos says: 10 de fevereiro de 201215:15

      Conta mais, vai…

  2. CQCM says: 11 de fevereiro de 201216:18

    Bom cara, basicamente foi isso. Foi marcante porque foi uma mistura de sentimento, vergonha, dor, prazer, raiva, enfim a pior parte de apanhar de uma mulher é a vergonha. Pô é uma mulher!

    Mesmo com raiva não pude reagir porque sempre quando a mulher é gostosa, algum homem se dói, mulher feia pode apanhar à vontade, mas quando é mulher bonita todos se doem.

    Certamente, já deve ter visto briga de mulheres, como eu estudei em escola pública, imagino que as brigas sejam mais frequentes, sempre quando duas mulheres brigam nós homens torcemos pela mais bonita, não importa qual esteja com a razão não queremos ver alguém surrar uma mulher bonita, por isso acho que instintivamente não reagimos para bater em mulheres (bonitas). Por isso no sexo quando uma mulher pede pra bater nela, mas pra BATER MESMO, temos uma travagem é algo no subconsciente (Freud explica).

    Obs: Ah, nessas brigas femininas claro que torcia pra alguma delas rasgar a blusa da outra.

    • Ulisses Mattos says: 12 de fevereiro de 201211:05

      Hehehehe. Cara, isso dá um bom textinho sobre quem torcer numa briga de mulheres, sobre as técnicas usadas no embate, etc. Se fizer lá no teu blog, me avise e vou ler.

  3. Micox says: 13 de fevereiro de 20129:18

    Ótimo texto e ótimo comentário hehehe. (Mas os inputs da caixa de comentário são meio zoados sem borda)

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