— Tolisses

Coisas do Ulisses Mattos

Vejo um gato se lambendo e o considero um animal idiota pelo fato de ele achar que está se limpando. Sinto pena por a natureza ter lhe dado um instinto que o instrui a ficar limpo por fora através do ato de jogar a sujeira para dentro do corpo. Ou será que o tal instinto diz que seu pelo vai ficar limpo se for molhado com uma substância que sai de dentro de seu organismo? Não importa. Nenhuma das duas lógicas felinas faz o menor sentido para nós humanos, que tomamos mil cuidados com nossa higiene ou com nossa saúde. Mas se pensarmos bem, podemos parecer tão ridículos quanto os gatos.

Preste atenção a seus hábitos no banheiro. Você entra no WC, senta no vaso, espera os músculos do sistema digestivo colocarem o lixo para fora e até faz uma horinha lendo uma revista ou brincando no seu smartphone. Terminado o serviço ou findo o interesse na leitura, você apanha um pedaço de papel higiênico  e tasca lá na região que foi vandalizada pelos excrementos. Diz o bom senso que você agora deve lavar as mãos, que estão sujas. Você abre a torneira e deixa a água e o sabonete purificarem as palmas e os dedos. Fecha a torneira e está pronto para até pegar alimentos com as mãos e levar diretamente à boca.

Lancei mais um vídeo pelo Alta Cúpula. É o “Verdade Para Quem Precisa”:

 

Como fiz com o Exorcista Racional, conto aqui um pouco como foi o desenvolvimento do projeto.

O plano era fazer botar em vídeo algumas ideias surreais sobre o funcionamento do mundo, com explicações fantasiosas sobre como a sociedade lida com alguns temas. Mas não fazia muito sentido eu ficar falando isso para uma câmera, não só por achar que o formato de vlog está desgastado, mas também porque não tenho carisma pra isso.

Até as religiões devem saber usar o marketing.

Veja a imagem do movimento “Eu Decidi Esperar”, que convoca os fiéis a aguardarem o casamento antes de fazerem sexo:

 

 

A mão representa o que você vai usar enquanto fica esperando.

Genial.

 

O Piadas Nerds fez um vídeo mostrando alguns dos jurados votando no Concurso Cospobre. Aparecem aí gente conhecida na TV ou na internet, como Danilo Gentili, Carol Zoccoli, Léo Lins, Castro Brothers e Bruno Motta, além do semianônimo aqui. Vale dar uma olhada pelos comentários engraçados dos jurados e do meu ajudante: Heitor, meu filho de 6 anos. Convenci minha mulher a deixar o garoto participar da gravação. O plano é que um dia ela me deixe usá-lo nos vídeos da Alta Cúpula.

Graças ao “fenômeno” Gina Indelicada, o assunto do momento é apropriação de piadas na internet. Quando vi a página no Facebook, logo vi que as piadas não eram de uma só pessoa. Cada post tinha um estilo diferente e algumas eram anedotas velhas. Apostei que ali havia também frases novas feitas por autores identificáveis, mas fiquei na minha. Hoje em dia, até quando vejo meus tweets sendo copiados na rede, fico quieto. Entendo que é a cabeça do povo. Mas a coisa ficou um pouco mais séria quando a tal página passou a ser capaz de lucrar com o trabalho dos outros. E mais séria ainda quando voltei a ver gente dizendo que “piada não tem dono”. Bom, se a piada é o trabalho de alguém que vive ou pretende viver disso, tem dono. E a lei está aí pra comprovar. Eu mesmo já entrei com um processo contra um portal que me plagiou e fui indenizado. Eis uns links que comprovam:

Portal condenado a pagar R$ 20 mil por plágio

Portal condenado por plagiar colaborador do Cocadaboa

Site de informação é condenado por danos morais 

Sim, meu nome completo é escroto. Não, não posso emprestar dinheiro porque já gastei esses 20 mil. Mas vamos ao que importa. A “piada sem dono” em questão eram três textos que fiz para o lendário Cocadaboa.com. Hoje eles estão no meu blog-portfólio, e podem ser lidos através deste link aqui.

Para vocês terem uma ideia de como existe trabalho autoral de verdade, eu registrei esses textos na Biblioteca Nacional. Foi ótimo ter esses documentos em mãos para levar à audiência diante da juíza e do réu. Aliás, fico imaginando a juíza lendo nos autos documentos que traziam frases como “Qual o aumentativo de ‘dacueba?”.