— Tolisses

Coisas do Ulisses Mattos

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Tolices gerais

Diálogo doméstico

– Antes desse filme aí, temos que ver o novo do Batman juntos. Estreou há semanas e você ainda não viu.
– Eu não vou ver o Batman. Eu não gosto do Batman.
– Você não gosta do Batman???!!!! Você tá louca? Como a gente pode estar casado há tanto tempo se você não gosta do Batman?
– Eu já te falei que não gosto do Batman várias vezes. Você finge que não ouve.
– Como você pode não gostar do Batman?
– Ele virou herói por causa de um trauma. Eu não gosto disso.
– Mas e o Peter Parker? Ele também vem de um trauma!
– E quem disse que eu gosto do Homem-Aranha?
– Não gosta do Homem-Aranha? Como a gente pode estar casado há tanto tempo se você não gosta do Homem-Aranha? Você gosta de quem, então?
– Já falei que eu só gosto dos X-Men!
– Por que você gosta deles e não dos outros?
– Porque eles são mutantes! São heróis por causa de mutação. Eu gosto de saber que eu posso ter uma mutação e começar a voar.

Silêncio. Depois ela continua:

– E não gosto do Super-Homem. Aquele ET.
– Eu também não gosto do Super-Homem. Alienígena com poderes inexplicáveis.
– É!

Por isso estamos casados há tanto tempo.

Com a morte da Hebe, uma foto se destacou entre as notícias. Silvio Santos dando o último selinho na apresentadora.

Na mesma hora, relacionei morte e selinho na minha mente um pouco doentia. Lembrei do filme “Sétimo Selo” e mandei no Facebook:

 

“O sétimo selinho”. Bergman filmando Hebe jogando xadrez.

Alguém vai montar essa imagem no Photoshop?

 

Nina Rocha, do blog Torradas Tostadas, logo mandou ver:

 

Desrespeito? Não acho. Se comparado ao humor negro que fazem no Twitter, isso aí é uma brincadeira bem leve. Eu não faria algo mais pesado. Ia com a cara da Hebe.

Até as religiões devem saber usar o marketing.

Veja a imagem do movimento “Eu Decidi Esperar”, que convoca os fiéis a aguardarem o casamento antes de fazerem sexo:

 

 

A mão representa o que você vai usar enquanto fica esperando.

Genial.

 

Graças ao “fenômeno” Gina Indelicada, o assunto do momento é apropriação de piadas na internet. Quando vi a página no Facebook, logo vi que as piadas não eram de uma só pessoa. Cada post tinha um estilo diferente e algumas eram anedotas velhas. Apostei que ali havia também frases novas feitas por autores identificáveis, mas fiquei na minha. Hoje em dia, até quando vejo meus tweets sendo copiados na rede, fico quieto. Entendo que é a cabeça do povo. Mas a coisa ficou um pouco mais séria quando a tal página passou a ser capaz de lucrar com o trabalho dos outros. E mais séria ainda quando voltei a ver gente dizendo que “piada não tem dono”. Bom, se a piada é o trabalho de alguém que vive ou pretende viver disso, tem dono. E a lei está aí pra comprovar. Eu mesmo já entrei com um processo contra um portal que me plagiou e fui indenizado. Eis uns links que comprovam:

Portal condenado a pagar R$ 20 mil por plágio

Portal condenado por plagiar colaborador do Cocadaboa

Site de informação é condenado por danos morais 

Sim, meu nome completo é escroto. Não, não posso emprestar dinheiro porque já gastei esses 20 mil. Mas vamos ao que importa. A “piada sem dono” em questão eram três textos que fiz para o lendário Cocadaboa.com. Hoje eles estão no meu blog-portfólio, e podem ser lidos através deste link aqui.

Para vocês terem uma ideia de como existe trabalho autoral de verdade, eu registrei esses textos na Biblioteca Nacional. Foi ótimo ter esses documentos em mãos para levar à audiência diante da juíza e do réu. Aliás, fico imaginando a juíza lendo nos autos documentos que traziam frases como “Qual o aumentativo de ‘dacueba?”.

TIRARAM A SOMBRA DO LULA COM PHOTOSHOP

Participei como convidado da 5oª edição do Audiotronik, podcast do Lektronik. O site é sobre games, mas o programa é sobre cinema, séries e até joguinhos, mas tudo pautado pelo humor, afinal dois dos três integrantes são envolvidos com o mundo da comédia de alguma forma.

É claro que eu não estaria lá se fosse para falar sobre games, pois não sei nada sobre o tema. Ou sei? Será que o convívio com o PSP do meu filho me ensinou algo? É o que vocês podem conferir ouvindo a conversa, na qual falei também sobre o novo filme do Homem-Aranha. E ainda falei sobre orangotangos escravizados para embalar Kit Kat e trabalhar com Clint Eastwood. O papo contou com uma convidada surpresa, a divertida Manu Barem, do Jezebel.

Para ouvir online, é só ir nesse link: http://lektronik.com.br/audiotronik-50-eu-e-minha-boca-cheia-de-gatos.

Para baixar, clique nesse aqui: http://lektronik.com.br/wp-content/uploads/2012/07/audiotronik_50.mp3 

Quando surgiu na música o uso do sampler para inserir trechos de canções dentro de outras, achei estranho. Ainda mais com o exagero da prática em algumas obras. Logo de cara, em 1989, surgiu Vanilla Ice com o sucesso “Ice Ice Baby”, que nada mais era do que um riff do Queen. Compare (ou, como diria a Folha de S. Paulo, entenda):

 

A prática acabou dando briga com uma música do The Verve, “Bitter Sweet Symphony”, de 1996. A banda negociou o uso de um trecho da execução da Andrew Oldham Orchestra para “The Last Time”, dos Rolling Stones.