— Tolisses

Coisas do Ulisses Mattos

Furando olho

Graças ao “fenômeno” Gina Indelicada, o assunto do momento é apropriação de piadas na internet. Quando vi a página no Facebook, logo vi que as piadas não eram de uma só pessoa. Cada post tinha um estilo diferente e algumas eram anedotas velhas. Apostei que ali havia também frases novas feitas por autores identificáveis, mas fiquei na minha. Hoje em dia, até quando vejo meus tweets sendo copiados na rede, fico quieto. Entendo que é a cabeça do povo. Mas a coisa ficou um pouco mais séria quando a tal página passou a ser capaz de lucrar com o trabalho dos outros. E mais séria ainda quando voltei a ver gente dizendo que “piada não tem dono”. Bom, se a piada é o trabalho de alguém que vive ou pretende viver disso, tem dono. E a lei está aí pra comprovar. Eu mesmo já entrei com um processo contra um portal que me plagiou e fui indenizado. Eis uns links que comprovam:

Portal condenado a pagar R$ 20 mil por plágio

Portal condenado por plagiar colaborador do Cocadaboa

Site de informação é condenado por danos morais 

Sim, meu nome completo é escroto. Não, não posso emprestar dinheiro porque já gastei esses 20 mil. Mas vamos ao que importa. A “piada sem dono” em questão eram três textos que fiz para o lendário Cocadaboa.com. Hoje eles estão no meu blog-portfólio, e podem ser lidos através deste link aqui.

Para vocês terem uma ideia de como existe trabalho autoral de verdade, eu registrei esses textos na Biblioteca Nacional. Foi ótimo ter esses documentos em mãos para levar à audiência diante da juíza e do réu. Aliás, fico imaginando a juíza lendo nos autos documentos que traziam frases como “Qual o aumentativo de ‘dacueba?”. Foi uma moleza provar que o textão que publicaram no site do portal, com alterações para tirar os palavrões, era uma colagem dos meus três textos publicados no Cocadaboa, apesar de eles ainda terem a audácia de assinar a obra com um “da Redação”.

Para provar que fui prejudicado profissionalmente, levei como testemunha o editor do livro do Mr. Manson (criador do Cocadaboa), que afirmou que quando meu material passou a aparecer num portal com outra assinatura, minha própria autoria poderia ser posta em dúvida pelo público. E que esses textos já ficariam até de fora de um eventual livro com minha obra. O portal foi condenado por plágio e recorreu por uns três anos, até não ter mais saída e me pagar o devido, com correção monetária.

Com certeza hoje os profissionais têm mais consciência sobre o processo de criação e o direito autoral. O portal que fez isso há quase dez anos hoje não comete mais esse equívoco. Aliás, não foi o portal que fez, mas o editor de um dos sites do portal, que nem deve mais estar na empresa. Um outro exemplo de mudança de mentalidade vem do site que originou o termo “kibar”, usado para se dizer que um piada sua foi usada sem seus créditos. Quando surgiu, o blog Kibe Loco simplesmente publicava qualquer piada que seus leitores ou amigos lhe mandavam, colocando ainda um selo do site na imagem em que o texto estava. Um amigo meu, veterano de publicidade, até falou que essa era uma atitude comum no mundo publicitário, onde anúncios geniais vivem sendo reciclados por outras agências, na cara de pau.

Como também tinha piadas próprias, a impressão que o leitor tinha era de que tudo que estava ali era de autoria do dono do blog, até porque não havia a informação de que o material tinha sido enviado por alguém. Muita gente chiou e surgiu o verbo “kibar”. Com o passar dos anos, o dono do popular blog foi vendo que a comunidade de humor não pensava como o mercado publicitário. Ao fim de cada post, começou a surgir uma menção a alguém que havia mandado a dica da piada. E hoje vemos o blog associado a gente muito boa, produzindo o Porta do Fundos. Me parece um final feliz.

Mas a questão da Gina Indelicada me aflige. Taí mais um publicitário que começa a fazer sucesso da forma errada, sem ética. O ótimo texto da também publicitária e especialista em mídias sociais Flávia Vianna resume bem a questão e a preocupação com esses garotos que estão chegando. É preciso respeitar o trabalho dos colegas, o direito autoral de quem sabe criar. Não é nada bonito ou genial se apropriar da criação dos outros. Essa parte do público que não vê problema nisso precisa se conscientizar de que não estamos falando só de “piadinhas de internet”.

A web hoje é como se fossem os jornais ou revistas de antigamente, é a plataforma onde mostramos nosso trabalho para que possamos vir a ser remunerados por ele no futuro. Eu comecei assim, vi outros ótimos autores começando assim também, com piadinhas no Twitter. Hoje são roteiristas em emissoras como a Globo, colunistas em revistas de grande circulação ou criadores em agências revolucionárias. Quando eu jogo uma gracinha na web, posso estar testando algo que vou usar nos meus roteiros na TV, nos vídeos pra Alta Cúpula, num show de stand-up ou nos livros que estou escrevendo. E se vier alguém, se apropriar desse material e jogar em uma página do Facebook com milhões de acessos e mais sucesso que meu humilde perfil de Twitter com menos de 15 mil seguidores, é como se eu perdesse minha autoria, sem direito ao menos a ouvir um “Perdeu, Playboy!” (em tempo: não tive nada meu copiado para a página Gina Indelicada).

Vejo um agravante nessa história. O portal que processei e o famoso blog recebiam material por email e publicavam displicentemente. A página da Gina não recebeu nada. Catou, selecionou, procurou, foi atrás. Não há defesa. Quando eu e Silvio Lach lançamos o projeto @na_Kombi, tivemos o cuidado de escolher pessoas, e não tweets para jogar numa página e nos darmos bem . Criamos um perfil no Twitter que creditava cada autor de cada frase que publicávamos. O mesmo fizemos no livro gerado com o perfil. Não queríamos ser chamados de geniais, mas revelar pessoas geniais.

Mas eu não acho que este meu texto vai mudar a cabeça do autor da página Gina Indelicada. Só a maturidade o fará. No entanto, tenho a esperança de mexer com algo na cabeça dos leitores que acham que não tem problema nenhum quando alguém pega material de outra pessoa e posa de criador. Não estamos só falando de “piadinha de internet”. Piada de internet é achar que não tem problema nisso.

51 comments
  1. Comentário

    • Ulisses Mattos says: 30 de agosto de 201217:11

      Não sei. Se perdeu por aí. Foi numa época em que não havia tanta informação à disposição. Se eu soubesse, teria creditado, assim como creditei as pessoas que me sugeriram coisas, no fim de cada texto. E se é uma indireta sobre eu usar material alheio, entenda que o meu material não é a criação dessas piadas velhas (que eu deixo claro no texto que são antigas, não minhas). Meu material foi ter bolado uma forma de explicar o significado delas de forma didática e o modo de responder a elas, usando outras perguntas também antigas. O advogado do portal tentou usar esse mesmo argumento, de que essas perguntas são antigas, mas é óbvio que o plágio foi ao meu texto e à minha ideia.

  2. @edinhomalvadeza says: 30 de agosto de 201217:04

    Grande Ulisses!

    Não é à toa que encaro você e o Silvio Lach como dois “mestres” no Twitter, não apenas por serem brilhantes, mas por adotar um perfil ético. Você é testemunha de que o tal “kibe” também já aconteceu comigo. Infelizmente, a verdade é que, para aqueles que acham graça do perfil, nao importa de onde veio a piada. Para o cara que fez, nao importa ética nem escrupulos. Para quem cria, é DESESTIMULANTE. Uma das razoes pelas quais nao tenho mais a menor vontade de postar nada no Twitter. Admirar ou ficar inerte a casos como esse é o mesmo que votar em político que “rouba mas faz”. E quem acha as piadas legais, vai ter cada vez menos motivos para rir, pois os verdadeiros criadores desistirão de postar. Eu, sinceramente, cansei da guerra. Cansei de pensar 15 frases e dessas 15 ter UMA realmente boa que viraria, no dia seguinte, até capa de jornal de grande circulação sem ao menos o perfil do periódico enviar-me uma DM dizendo “Po, arranja tua frase aí pra gente botar na capa de amanhã?” Cansei. Quem quiser copiar, pode copiar. Mas as frases realmente boas, eu não tenho mais a menor vontade de postar. As que eu ainda posto, é por respeito e consideração aos 21 mil seguidores. Pelo menos eu durmo com dignidade. Abs.

  3. Dennis A. says: 30 de agosto de 201217:40

    Achei uma reflexão bem interessante. Realmente a internet sofre (e vai sofrer ainda por um tempo) a questão de “roubar sem dar referências”.

    Eu até entendo quando você diz que a piada tem sim dono, mas acho que você deu o exemplo de textos seus que foram plagiados. Eu vejo piada como algo menor que um texto. A piada se espalha rapidamente, ela não é tão “fixa” quanto um texto.

    A questão é. Sim, a “Gina Indelicada” ‘roubava’ várias piadinhas do Twitter, mas será podemos colocar tantos direitos em cima de uma piada? Você pergunta porque a galinha atravessou a rua, mas nunca questionou de onde a piada veio… mesmo assim você reproduz ela.

    Ou seja, eu acho que a piada (ou tweet engraçado, que seja) mantém sim uma identidade com quem criou, mas não é como se você pudesse querer manter os seus direitos sobre uma piada. A sua piada surgiu de várias referências e ela vai servir de referência para outras. Tem um certo problema entre “copiar” e “se inspirar” em algo.

  4. X says: 30 de agosto de 201217:40

    Você já leu os termos e condições do twitter? Lá consta que todo o conteúdo postado no microblog é de domínio público. Você não precisa de um tribunal, mas sim de um psicólogo.

    • Ulisses Mattos says: 30 de agosto de 201217:48

      Obrigado pela dica. Vou procurar um e recomendá-lo também para o Judiciário.

  5. Dino Cantelli says: 30 de agosto de 201217:44

    Maravilhoso, Ulisses.

  6. Francine says: 30 de agosto de 201217:46

    Descurtindo Gina Indelicada em 3, 2…

  7. Vinicius Duarte says: 30 de agosto de 201218:24

    O sr. X precisa de um professor de português, pois não sabe o que significa “domínio público”.

  8. Alexandre Medina says: 30 de agosto de 201218:26

    Observações geniais Ulisses. Eu havia parado de caçar “kibadores”, mas sempre aparece aquele que manda sua frase para alguma celebridade e é replicada como se fosse ele o autor. Isso é uma facada no meu peito. Não posso ficar quieto.

  9. Liliane Ferrari says: 30 de agosto de 201218:28

    Quem FAZ humor “cas popria mão”, com o próprio cérebro e torna isso um negócio não pode ser lesado. A regra do direito autoral deve valer para todos assim como para designers industriais, de moda, arquitetos…enfim.
    Excelente seu texto.

  10. Leal says: 30 de agosto de 201218:31

    Gostei do Post Ulisses, para quem é fora do ramo (como eu) piada é piada. Mas tem gente que trabalha e ganha a vida com isso. Passo a mudar meu pensamento com opiniões boas igual a sua. Parabéns.

    • Ulisses Mattos says: 30 de agosto de 201218:35

      Valeu, Leal. Mas piada é piada, sim. Pode usar por aí, contar à vontade. Esta semana mesmo, um colega de standup disse que usa uma piada minha em seu dia-a-dia. Mas não a usa no show dele. O problema é só quando outra pessoa posa de humorista com o material alheio. No mais, tá valendo tudo!

  11. Guilherme says: 30 de agosto de 201218:34

    Não sei se tu comentaria com tanta articulação e densidade o caso se a referida fan page tivesse 17 seguidores. É claro, um poderia dizer que só faz sentido questionar essa suposta apropriação das piadas em um canal que atinge uma miríade de pessoas. Não acompanhei o caso desde o início, e ele deve ter roubado algumas anedotas mesmo. Mas o gol de placa do nosso polêmico publicitário de 19 anos não foi exatamente as piadas, mas a roupagem da coisa toda, e para isso que deveríamos tirar os méritos. O próprio fato de conter piadas com diferentes tons sequer foi percebido pela imensa maioria das pessoas. Mas vamos ao que interessa: o engraçado da coisa toda foi a piada em si ou a maneira que ele contou ela? Se eu pego uma piada do Figueira (ok, pode ser uma do Almeida também) e conto de uma maneira que fica deverás mais engraçada, a culpa é minha, certo? Mas, em contrapartida, EU que percebi algo que não era engraçado, ou que não funcionava (estranho usar a palavra funcionar para humor, não?) na piada, então palmas para mim!

    • Ulisses Mattos says: 30 de agosto de 201218:56

      É, Guilherme. Eu deixaria quieto, provavelmente. É como faço com pessoas que copiam minhas frases na web. Encaro como se fosse uma festinha e a pessoa vai contando piada. Imagina a cada pausa o cara explicar que leu aquilo no Twitter, no FB ou num standup. Meu problema é quando a coisa vira comercial ou quando o copiador é humorista ou posa publicamente de dono da parada. O garoto que fez isso realmente tem o mérito de ter criado uma coisa interessante, mas não custava dar o crédito de alguma forma, nem que fosse num link à parte, sei lá. Como eu disse, o meu @na_kombi fez isso, quando poderia simplesmente sair copiando um monte de gente. E quando eu e meu sócio fomos contratados pra fazer o perfil nas redes de uma grande lanchonete de fast-food, com uma pegada humorística, como se fosse um personagem, criamos todos os tweets ou reciclamos os nossos próprios. É nosso trabalho. Eu poderia ter copiado de um monte de gente e falar que a sacada foi embalar de forma diferente a piada dos outros. Seria verdade essa parte da embalagem diferentes, da grande ideia. Mas ainda sim não seria ético. Quer falar de comédia profissional? Profissionais de standup aqui ou no exterior que crescem demais e não dão conta de produzir tanto material simplesmente contratam roteiristas para criar pra eles. Eu mesmo já fui chamado pra isso, mas não topei. Com certeza o cara iria contar a piada melhor que eu, já que não sou muito carismático no palco. Mas há um pagamento, é remuneração, é trabalho. O garotão da Gina poderia ter feito isso: ter a ideia do perfil e chamar alguém pra criar pra ele os tweets. Ou até ir só nas velhas anedotas de autores desconhecidos. Mas nunca sair catando no perfil dos outros, de autores conhecidos e que não são creditados. Bom, mas essa é minha opinião. A sua pode ser diferente, claro.

  12. Samuel Ferreira says: 30 de agosto de 201218:50

    Então é você o responsável por esses trocadilhos malvados né.

    • Ulisses Mattos says: 30 de agosto de 201219:00

      Não. Eles são históricos, antigos. Acho que não saíram nem em revistas ou livros. São como provérbios. Se eu soubesse quem é o responsável, daria o crédito. E se um dia souber, vou lá e ponho o crédito. Minha “piada” nesse caso é explicar o significado de forma didática e ensinar jovens a sair por cima diante das pegadinhas. O que foi copiado foi justamente a minha ideia e o meu texto praticamente na íntegra.

  13. Fex says: 30 de agosto de 201219:01

    Cara, essa questão do Gina Indelicada só causa esse furor todo justamente porque o cara conseguiu em uma semana o que um monte de gurus da publicidade não conseguem em um ano: ser um fenômeno de acessos.

    Acabei de ver um twitcam do Maurício Ricardo sobre isso que foi uma verdadeira aula de como lidar com um assunto complexo como este. http://twitcam.livestream.com/btnf9
    “O quê? Um dos autores em atividade mais antigos da internet defendendo plágio”? Não, não defende. Mas pondera a situação com uma visão global do assunto, e não apenas da crucificação virtual, hábito cada vez mais comum no meio internético.

    Estou começando agora, e procuro sempre direcionar-me por alguns princípios: fazer material original; não invadir os perfis pessoais das pessoas para me divulgar; lidar com críticas, haters e afins com o coração e a mente mais abertos o possível. Logo vê-se que você provavelmente não vai ouvir meu nome outra vez, a não ser que eu entre pra comentar outra matéria sua.

    Não é que eu discorde do que você escreveu. No mundo das webcomics vejo muitos colegas de sucesso serem copiados na cara dura, seus créditos apagados intencionalmente das tirinhas, muitas vezes publicados sob assinatura e logo do site copiador. E esses são caras que literalmente pagam pra trabalhar, pois quadrinhos no Brasil só sustentam quem for do séquito do Maurício de Souza e mais uns dois ou três felizardos.

    No entanto, o Maurício Ricardo tem razão quando diz que situações muito mais graves que esta ocorrem com muito mais frequência na internet e ninguém se mobiliza a respeito. No caso supracitados das tiras, quantas vezes eu cansei de ver: o autor acha a tira, avisa o público dele que, indignado, invade o site do copiador com mensagens em defesa da autoria. Só que, a não ser no caso dos sites de audiência maciça (que conseguem uma mobilização significativa), na maioria das vezes ficam ali quinze ou vinte reclamantes no meio de dezenas ou mesmo centenas de comentaristas, e o plagiador simplesmente ignora ou mesmo apaga os protestos, e o roubo fica por isso mesmo.

    Aí, entra uma polêmica de um fenômeno da internet e de repente, aqueles mesmos carinhas que riram da piada kibada do meu colega, agora caem de pau em cima da Gina porque foram incitados a tanto. Oras… por mais brasileiro que seja, não consigo lidar bem com essa incoerência.

    Tem várias questões a ser consideradas. Por exemplo, a questão da convergência criativa. Duas pessoas têm ideias semelhantes sobre uma mesma coisa. Outro dia o Rafinha Bastos fez um vídeo sobre telefonia móvel utilizando um conceito que o Maurício Ricardo usara cinco ou seis anos antes. Pelo que conheço do Rafinha, ele tem muitos defeitos, mas plagiador ele não é, sempre zela pela questão da autoria, pelo menos em seus discursos. Ele disse que não conhecia, o MR entendeu que era verdade e fim de papo. Porque o próprio MR já fez piadas parecidas com outras que já haviam sido publicadas e que ele não conhecia.
    Ontem mesmo: um dos autores de webcomics deu a entender que precisa de uma ideia; tuitei quase que imediatamente algo que me ocorreu. Minha ideia virou tira e não tem qualquer menção ao meu nome lá. Pensei em entrar e acusar meus próprios créditos nos comentários, mas depois pensei bem: acho provável que tenha sido eu mesmo, mas pode ser que ele tenha recebido várias ideias semelhantes de várias pessoas; pode ser que ele nem olhou mais o Twitter e teve a mesma ideia. Se foi da minha ideia, eu acho escroto da parte dele não me citar, mas in dubio, pro reu.

    Outra questão é a seguinte: ele copiou, mas o perfil é fundamentalmente copiado, ou a ideia é original? Bem, original exatamente não é, essa ideia de perguntas pra respostas engraçadinhas ou malcriadas já é até um clichê. Eu já fiz tira disso (antes da Gina), vários dos desenhistas de webcomics têm personagens mal-humorados que cumprem essa tarefa… enfim. Mas a maneira que esse moleque fez a coisa aparentemente deu resultado. Tivesse ele ficado ali nos cem mil curtir em seis meses, seriam algumas vozes solitárias num mar de elogios. Mas sendo um verdadeiro meteoro, todo mundo parece a fim de dar a sua mordida na maçã.

    O perfil fez sucesso por causa da ideia que o originou. Ele associou indevidamente uma marca a um conceito e voilá: alquimia publicitária. Mas a maioria das respostas é original e criativa. Algumas são piadas kibadas, e outras são anedotas antigas (que não é plágio, mas continua não sendo original). Os autores plagiados têm direito de se indignar? Têm. Mas não é justo julgar todo o conteúdo por causa de um ou alguns posts isolados. Já vi sites muito mais famosos e cultuados fazerem o mesmo e não dar crédito a ninguém.

    Um último ponto que eu quero abordar é o seguinte: na internet, é praticamente impossível passar incólume por plágio. Você pode lançar um viral de forma anônima, lançar um boato, pode hackear sites, enganar pessoas, etc. Mas plagiar, pense da seguinte forma: quanto mais sucesso fizer uma ideia plagiada, e mais alguém lucrar com ela, maior a chance de alguém ter visto a ideia original em algum lugar e dar o alarme. E também maiores serão os efeitos sobre os plagiadores. O próprio moleque do Gina Indelicada disse que suou frio quando a empresa se manifestou sobre o assunto; por sorte, a empresa foi esperta e decidiu pegar uma carona, ao invés de usar sua força pra esmagar juridicamente o rapaz. E a internet tem uma característica mórbida: as pessoas esquecem quase que na mesma velocidade com que se lembram. Ou seja: se esse cara quiser continuar com o sucesso e tirar algum proveito disso, vai ter que parar de plagiar, ou vai acabar virando um ídolo de pés de barro que faltamente colapsará.

    Novamente: não defendo o plágio nem o uso indevido da marca. Defendo apenas que, se vamos falar sobre isso, saiamos então do grupo com as tochas e garfos de feno e vamos partir pra discussão ampla e que possa resultar em algum tipo de solução, não pra Gina Indelicada, mas pra todo caso de “kibagem” da web.

    • Ulisses Mattos says: 30 de agosto de 201219:16

      Entendo sua questão, Fez. É injusto mesmo. Imagino que no mundo das tirinhas seja assim mesmo. Em roteiro de TV também é. Às vezes a pessoa tem uma ideia e um chefão diz que vai assinar como autor e o pobre coitado como colaborador e acabou. Claro que o que você relatou é mais grave até. Sei que ficar por isso mesmo. Também acontece no standup e até nos textos de web. Ou você acha que o Ginão vai perder seus leitores ou parcerias? Ou o Kibe do passado perdeu anunciantes e todo o prestígio que o levou à Globo? O pessoal dos quadrinho é tão injustiçado quanto qualquer outro.
      Claro que a discussão tem que ser mais ampla. Mas eu não tenho como fazer isso. Talvez o início seja cada área começar a expor o problema isoladamente, até que alguém junte tudo pra essa tal discussão. Nem por isso vou deixar de desabafar quando ver acontecendo. Meu texto inclusive dá o caminho para um tipo de justiça que é, incrivelmente, o próprio Judiciário.
      E sim, há várias áreas cinzentas sobre quem é o autor em vários casos. Mas neste da Gina, não há dúvidas. No caso em que processei, muito menos.
      Sempre que eu souber de algo errado, vou usar tochas e, se me atingir gravemente, advogados. As tochas nem sempre queimam, mas podem trazer luz para quem não é da área. Como disse no texto, meu alvo era o público, não os copiadores. Esses não têm muito jeito.

  14. Mario says: 30 de agosto de 201220:39

    Brother, plágio não é considerado normal no mundo publicitário.

    • Ulisses Mattos says: 31 de agosto de 20120:53

      Não quis dizer que é normal, mas que é comum. Cansei de ver campanhas praticamente xerocadas de outras. Sou quase do meio. Já fiz trabalhos para agências de publicidade até, e meu sócio é publicitário. Não quis dizer que a base da publicidade é feita de plágios, mas já vi muitas campanhas “inspirando” outras. No site do Kibe Loco mesmo havia vários exemplos que ele selecionou. Só não sei se dá processo. Lamento se vc é publicitário e se sentiu ofendido. Não era a intenção.

  15. Lily Larz says: 30 de agosto de 201221:02

    Ulisses, estou desapontada em ler tantos posts te condenando. Ao mesmo tempo, sinto que estou em casa. Isso é Brasil. O povo daqui, já está tão acostumado com falcatruas que roubar piadas, soa tão infantil, que eles não entendem o significado do que esse ato significa para um profissional que vive disso. O dono do Gina, não roubou apenas uma piadinha. Ele montou uma página e todos os posts foram fraudulentos. Ele sequer se deu ao trabalho de fazer uma única piada original. Ele nem se esforçou. Ele não teve nenhum mérito. Isso é um fato que não tem desculpa. Pior, ele ainda saiu com uma desculpinha esfarrapada de que só abriu a pagina e deixou os posts por conta de um empregado ¬¬ Ele não teve decência pra assumir o que fez. Isso é lamentável. Sinto vergonha alheia. E sabe o que vai acontecer? NADA. Isso mesmo, não vai acontecer nada, e vai ter muita gente falando que tu fez barulho por nada. Uma pena …

    • Ulisses Mattos says: 31 de agosto de 20120:50

      Oi, Lily. Obrigado pelo apoio. Eu já imaginava que algumas pessoas viriam aqui contra o que eu disse. Quem tem opinião ou quem produz para o público está sujeito a levar porrada. Mas o saldo até que está bem mais positivo do que eu esperava.

  16. Gabriel Aquino says: 30 de agosto de 201221:04

    Obrigado, Ulisses.
    Agora sei como me posicionar quanto ao assunto. Não porque você formou uma opinião para mim, mas sim, porque me propiciou a oportunidade de realmente conhecer o lado de quem vive neste meio.
    Bom texto. Abraços.

  17. meu camarada vc é meu ídolo ! says: 30 de agosto de 201222:12

    Comentário

  18. Ana Luiza Fonseca says: 31 de agosto de 20120:31

    INVEJA É UMA MERDA!

    • Ulisses Mattos says: 31 de agosto de 20120:47

      Verdade. A inveja pode até levar ao roubo do trabalho dos outros.

  19. raul franco says: 31 de agosto de 201210:11

    É muito complicado levantar uma questão como essa e as pessoas entenderem do que estamos falando, né, Ulisses. Quem cria, sabe a importância do ator criador. A importância de uma frase, de uma ideia. As pessoas tem uma ideia cretina que tudo que está na Internet é de “domínio público”. Só um imbecil para pensar isso. Quer dizer, pego um livro de um determinado autor e posto no twitter frases dele e é de “domínio público”? Um indivíduo que pensa assim deve ser um perfeito idiota. E acho mais complicado um outro lado: como o que tem acontecido a Clarice Lispector. Pega-se a imagem dela e atribui-se a ela frases que ela nunca disse. E muita gente nova e ignorante, acredita mesmo que ela disse aquilo. Afinal, a nova geração está desaprendendo a ler livros. Todos leem apenas citações que quer compreender o autor.

    Mas só queria dizer que foi muito bacana você levantar essa questão, Ulisses! Abraços,

    Raul Franco

  20. Quem ri por último? | Etiqueta na Web says: 31 de agosto de 201211:20

    […] literalmente, esbarrei com um post no blog do amigo, jornalista e comediante Ulisses Mattos, o Tolisses, em que ele aborda a questão do plágio, que tem sido algo recorrente nas redes. Ele conta que já […]

  21. Luiza says: 31 de agosto de 201212:23

    Concordo com tudo que você disse, expressa claramente o que todas as pessoas com bom senso e um mínimo de inteligência deveriam pensar… é muita burrice e ignorância achar que piada de internet não tem dono, principalmente quando o plagiador se beneficia financeiramente do trabalho do plagiado. Assistindo à entrevista do tal criador do Gina Indelicada no programa “Agora é tarde” é possível perceber que o intuito dele era não só dinheiro como também o reconhecimento e divulgação do “seu” trabalho. Além da parceria que vai firmar com a empresa de Palitos Gina, até conseguiu arrumar emprego por isso. Fico admirada com que tipo de empresa contrata alguém assim. Com certeza alguma empresa que segue a mesma linha de pensamento, que exalta pessoas que tem o trabalho de copiar uma boa ideia e não de criar uma boa ideia… Lamentável!!! P.S. É nítido a ausência de talento do garoto quando vimos no referido programa ele tendo que responder imediatamente perguntas como se a Gina fosse. O nível das respostas é bem diferente do mostrado em sua página….

  22. Pedro Henrique says: 31 de agosto de 201212:47

    Dá-lhe Gina Indelicada .. dando aula para todos como se ganha dinheiro .. enquanto os intelectuais estão preocupados com o ‘conceitual’ … hahahhaa !!

    Vale lembrar que o dono tem apenas 19 anos e está na revista Forbes .. só isso .. !!!

    • Ulisses Mattos says: 31 de agosto de 201213:24

      É impressão minha ou fui promovido de bobo da corte pra intelectual? Tem gente que se impressiona com um texto com um mínimo de clareza e sem erros de português. E, sim, está na Forbes. Isso é jornalismo. Por isso deixei a área depois de 10 anos em redação, sendo editor de cadernos culturais. A coisa tá desandando, falta apurar antes de publicar, porque há pressa pra tudo.

  23. Dennis A. says: 31 de agosto de 201213:43

    Estar na Forbes, como o Ulisses disse, não significa nada. É um relato, apenas. É diferente de tu aparecer na capa da revista, bem diferente ;)

    E dinheiro mesmo, até onde eu sei, não deu. No máximo propostas de emprego de agências que acham que isso é entender tudo de marketing :)

  24. Comentário

  25. Nome says: 31 de agosto de 201214:16

    Unfollow no grande humorista, premiado, o PICÃO DA GALAXIA Ulisses Mattos… Num fode parceiro!!

  26. Nome says: 31 de agosto de 201214:18

    Inveja é foda!!! Muleke foi esperto e mandou benzão, coisa que vcs aí a séculos não conseguiram fazer. #ChupaUlissesMattos

  27. Nome says: 31 de agosto de 201214:20

    Mané vem dizer “copiar minhas frases…” monta um site babaca, e cobra pelos acessos… Siga o exemplo do muleke aí e seja ESPERTO parceiro, e não um mememezinho aí qualquer.

  28. Nome says: 31 de agosto de 201214:21

    Aí quer saber? Vai tu e esse Gina se foder!!! Não curto ele no facebook e muito menos vc no twitter. FO-DA-SE!!!

    • Ulisses Mattos says: 31 de agosto de 201215:33

      Fala, Michel. Aprovei seus quatro comentários. Mas seria melhor se vc escrevesse em um só. Seu método e seu discurso dizem bastante sobre vc, mas acho que vc tem direito a uma resposta mesmo assim. Só posso ter inveja de algo que quero ter. Eu poderia ter inveja do Veríssimo ou do Nick Hornby. Sinceramente não quero ter página no Facebook com material alheio. Não tenho como invejar isso. Ir longe é aparecer na Forbes? Você dá esse valor à revista? Entrevistas eu já dei várias, até no Jô já fui. E daí? Passei a ser melhor que alguém por isso? Não muda nada. Entrevistas precisam ser feitas todos os dias, sou jornalista e posso te dizer que os critérios são muito baixos para decidir botar alguém na mídia. E sobre ganhar dinheiro com internet, não é meu objetivo. Gosto de ganhar dinheiro com meu trabalho. Ganhei no jornalismo e agora tô ganhando como roteirista de TV. Não tem por que abrir blog pra tentar viver disso, cara. O que se ganha não dá pra sustentar minha família. Mas agradeço a dica.
      Abraço do seu amigão pica das galáxias,
      Ulisses

  29. Helena Perdiz says: 31 de agosto de 201217:19

    Eu realmente não entendo de onde as pessoas tiraram isso de que “piada não tem direito autoral”. As frases que eu posto no Twitter saem da minha cabeça. Se eu pensei naquele texto, ele sendo ou não uma piada, ele sendo curto ou não, por que alguém tem o direito de copiar sem me dar os créditos?
    Acho que quem pensa assim é quem não tem capacidade de criar e, por isso, acha que ninguém mais tem. Copia achando que a outra pessoa também copiou de alguém.

  30. Luilton Pires says: 31 de agosto de 201217:31

    Olá, Ulisses.
    Bateu saudade do CocadaBoa.
    Parabéns pelo texto. Espero que seu exemplo seja visto por muitas pessoas.
    Se alguém ganhasse dinheiro com algo que fiz, provavelmente eu também ficaria indignado.
    Mas, como você, desisti de ficar indignado com tweets ou posts plagiados com a fútil intenção de se mostrar para os outros como “fodão” ou coisa parecida. É MUITA gente fazendo isso, não dá pra controlar.

    Um abraço, Luilton. @AnonimoFamoso.

    • Ulisses Mattos says: 1 de setembro de 201221:24

      Valeu, @AnonimoFamoso. Você, como eu, deve saber bem o que é ver, o tempo todo, suas criações sendo apropriadas por aí. A gente vai levando, esperando a gota d´água. Aí, em vez da tal gota d´água, vem um balde de merda, que faz transbordar tudo. Bom ter seu apoio (e saber que você curtia o Cocadaboa).
      Abs!

  31. Nome says: 1 de setembro de 20120:37

    Pica, olha só… O que fez sucesso e atraiu o povo foi o formato que o cara criou, não meia dúzia de frases babacas que ele kibou.

    • Ulisses Mattos says: 1 de setembro de 201211:58

      Não dá pra desvincular forma de conteúdo. A ideia dele foi ótima, o personagem é sensacional. Ninguém atacou isso. Criticamos é o fato de ele ter se apropriado do material de criadores, e ainda forjar que foram perguntas aleatórias de pessoas. Ele poderia ter contratado alguém pra criar, nunca roubar o trabalho dos outros. No ano passado, uma agência criou para o Bob´s o personagem “Seu Instinto” no Twitter e no Facebook. Era legal, mas não tanto quanto a Gina Indelicada. O que a agência fez para ter conteúdo? Botou alguém pra copiar material de humoristas na web? Claro que não. Contratou a mim e meu sócio, Silvio Lach, para criarmos frases (ou reformatar nosso PRÓPRIO material), sendo remunerados. Depois de alguns meses, precisamos sair do trabalho e indicamos outro cara que surgiu como profissional no Twitter. Ele mandou bem e levou o personagem adiante por mais alguns meses, até o fim da campanha, que conseguiu seus milhares de seguidores e fãs. Ninguém foi contra, não houve ataques nem nada, porque foi tudo ético, sem roubo de trabalho dos outros. O Gininho não fez isso. Teve uma ideia boa mas como não sabia fazer conteúdo, roubou de quem faz. O sucesso dele não viria só com a forma, só veio porque as pessoas gostavam das piadinhas que não eram dele, Michel. Não foram meia dúzia de piadas, cara. E quem rouba 100 reais não é menos ladrão que quem rouba um milhão. Tá errado. E se a gente achar que roubo, seja de galinhas ou de trabalho criativo, não é errado, não sei aonde vamos parar. Se você fosse do ramo, tivesse uma coisa que vc inventou sendo usada por outra pessoas que posa de fodão, duvido que não ficaria puto. Mas só vamos saber no dia que acontecer, né? Espero que você seja poupado disso.
      Abraço do pica.

  32. Mailo Coke Otharso says: 1 de setembro de 201217:15

    na verdade mesmo, esse cara da gina não passa de um “colírio” kibador com esses memes da internet. igual aquele “humor no face”, uns perfis babaquinhas no twitter com molequinhos posando de playboy, não sei o quê de “chris” e “piadas homer” e e outras idiotices, não criam, copiam, levam os créditos e pra aquele tipo de público – que tá se fodendo pra quem criou e acha que os perfis são “gênios”, “muito engraçados” e o diabo a quatro – quem fala a verdade sobre os direitos ou realmente mostra que aquilo não passa de um kibe, “é tudo um bando de invejoso” pq não consegue “criar” igual, fazer melhor e mimimi… o foda é que o cara aparece por aí falando que é um projeto de publicidade e não sei o quê de marketing. pode até ser na visão dele, mas ao meu ver não passa de mais um meme bobo kibador, que ganha audiência e o público retardado vai atrás falando que é inveja, direitos autorais é pura inveja, quem fez a piada é invejoso pq não fez sucesso, tudo é inveja, meu pau de óculos é inveja, a mãe dinah é invejosa, o barack obama é invejoso, o bin laden inveja, mimimi é inveja pq ele apareceu na forbes e vc não e blá, blá, blá. vão lixar uma grade, ô pessoalzinho da “inveja pq não apareceu na tv, vc não tem 1 milhão e não sei mais o quê no facebook, e colírio da capricho e não sei o quê de horóscopo e rt nos diabo a quatro, e piadinhas homer e fatos não se lá das quantas”… escrotice da internet.

    • Ulisses Mattos says: 1 de setembro de 201221:06

      Cara, se rola alguma inveja aqui é pela sua forma de demonstrar o desprezo por quem tá defendendo o método do garoto “gênio”. Mandou bem. Parabéns a você e ao seu pau de óculos.

  33. Comentário

  34. Nome says: 3 de setembro de 20121:07

    Ulisses… diz aí!!! Quem é o PICÃO nessa porra aqui???? QUEM??? Toca aqui o/ ..

  35. Comentário

    • Ulisses Mattos says: 3 de setembro de 201211:26

      Não é só no Brasil. Em qualquer país sério plágio no humor é tratado como qualquer outro tipo de plágio ou roubo. Faça uma busca rápida no Google e você vai ver. Só para ilustrar, tem esse link aqui: http://www.thehumorcolumnist.com/newspaper-owner-accused-of-plagiarizing-humor-columns. E jogue no Google “plagiarism simpsons family guy” para ver abundantes exemplos de como as pessoas acusam Family Guy de copiar Os Simpsons. Não é só porque temos crianças morrendo de fome ou matando adultos que são enganados por políticos que não podemos falar de ataques à propriedade intelectual, ora.

  36. Flavio Veloso says: 4 de setembro de 201215:24

    Pois é camarada, quando comecei a ler o post já imaginava que um monte de cabeça de camarão estaria te detonando mais abaixo. “Sorte” sua que ele não colocou os créditos pois seria mais complicado ainda explicar para as pessoas que o crédito que paga conta é aquele do banco… e que vc vive disso. Muito gente te perguntaria “o que mais vc quer?”…
    Estou passando por algo parecido. Uma comunidade no facebook com milhares de seguidores simplesmente pega minhas imagens (sou fotógrafo), tira a minha marca, coloca a dela em cima e vincula aos seus anúncios.
    Várias outras pegam as minhas fotos, colocam sim o meu crédito, vinculam aos seus anuúncios como se não houvesse amanhã… e acham um absurdo eu reclamar (já que eles estão creditando)!
    Eu já perdi a inocência de achar que não sabem nada de direitos autorais… Simplesmente pagam para ver. E são endossados pela grande maioria do público que acho que viver de criação é moleza.
    Parabéns pela briga. Sempre que posso tento mostrar ao público mais ligado a fotografia que se apropriar do trabalho dos outros é errado e ponto. Não tem meio errado.

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